O título desse post seria “Diga não ao Turismo Sexual”, porém durante as pesquisas e conversas sobre esse tema, que foi o do mês de maio no Turismo em Debate, encontrei no site Correio Braziliense a informação de que a OMT (Organização Mundial de Turismo) e o Ministério do Turismo no Brasil não utilizam o termo “Turismo Sexual”, pois entende-se dessa maneira que estaríamos equiparando essa prática com modalidades realmente legítimas do turismo, como turismo cultural, turismo religioso, turismo de negócios, turismo de aventura e por aí vai.

Por isso, o uso desse termo estaria errado, porque trata-se de uma prática degradante à qual não podemos fechar os olhos achando que é normal. Então antes mesmo do debate decidimos que usaríamos o termo Exploração sexual e infantil por meio do turismo.



 

Lembrando que a prostituição nem sempre é crime. Pelas leis brasileiras só é crime quando envolve menores de idade ou quando existe a exploração por uma outra pessoa, que obriga, induz ou atrai alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou ainda facilita, impede ou dificulta que alguém a abandone. No caso de alguém se prostituir por vontade própria, não configura crime.

Infelizmente, as capitais nordestinas são as mais lembradas quando citamos “exploração sexual”, imagina que isso se deva principalmente à proximidade com a Europa e os EUA, mas também temos o fator de vários problemas sociais que assolam a região.

Um número grande de gringos ainda vêem o Brasil como sinônimo de sexo fácil, prova disso são pessoas (principalmente mulheres) que viajam ao exterior e quando um estrangeiro descobre que é brasileira, já começam achar que podem dar em cima, que é uma mulher fácil e todo esse tipo de coisa.

O Ministério do Turismo tem uma grande parcela de culpa pelo Brasil ter essa imagem no exterior, é comum propagandas com mulheres quase nuas em cartões postais e também em feiras de turismo ao redor do mundo.

Se essa imagem passada para outros países fosse uma espécie de propaganda enganosa, seria ótimo! Porém é exatamente o “sexo fácil” que os gringos encontram aqui.

Aí entra a culpa de profissionais que trabalham diretamente com o turismo, agências, hotéis, taxistas e guias que compactuam com essa atividade ilegal e também as autoridades que pouco fazem para punir os responsáveis.

Algumas pessoas dizem, por exemplo, que em alguns países europeus é bastante comum as mulheres fazerem topless nas praias e ainda assim esses países não levam a mesma fama do Brasil.

Ao meu ver, isso se deve ao fato do que é mostrado como propaganda do turismo desses países. Com certeza não se trata de uma foto com mulheres fazendo topless em uma praia.

Levando o foco agora para a exploração de menores, o assunto fica ainda mais pesado, pois é muito triste, até desumano tirar a inocência de uma criança dessa maneira.

Eu, você, nossos amigos… todos devemos ser responsáveis por denunciar esse tipo de crime, não devemos fechar os olhos!

A internet, que é uma fonte de muita informação útil, infelizmente também é usada para cometer esse crime. A falta de uma legislação específica acaba facilitando o “trabalho” desses criminosos.

Mas você pode denunciar qualquer crime digital no Safer Net Brasil, uma associação civil de direito privado, que atua em todo o território nacional.

A Luciane Tesch @LuTesch, promotora na área da infância e juventude que também é blogueira, lembrou bem: “Pra denunciar tem também o Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República”.

No dia 18 de maio, foi o Dia Nacional do Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, mas vamos combater esse mal dia após dia.

Com toda a certeza esse foi o assunto mais polêmico discutido no Turismo em Debate, mas na minha opinião não deveria ser! A exploração sexual e infantil por meio do turismo deveria ser discutida abertamente por todos, inclusive profissionais da área e principalmente pelos nossos governantes.